quarta-feira, 1 de junho de 2011

O PEPINO DA MORTE

BACTÉRIA NO PEPINO


A cada dia surge no mundo uma nova ameaça e desta vez por um dos piores inimigos que temos, a bactéria, ser microscópico, mas com poderes de deuses, capazes de nos ajudar a viver como nos matar. Nada anormal se considerarmos ser ele o primeiro agente de nossa degradação física após a morte, e às vezes, ansiosa por completar seu trabalho, nos levando para ela.
Desta vez a ameaça surgiu na Europa, em países considerados cuidadosos quanto à saúde humana, e logo arranjado de culpa de alguém, no caso os espanhóis por serem exportadores do produto que o inimigo escolheu para proliferar e eu pergunto: Escolheu ou foi escolhido? Nada anormal se considerarmos a Espanha vítima de terroristas e terroristas capazes de terem biólogos em seu meio porque nessa luta vale o espírito de porco de cada um, culto ou inculto.
Pois bem... Quem garante não ter sido o micróbio inoculado em uma safra de pepinos vindos da Espanha só para culpá-la com objetivo duplo, prejudicar um inimigo enquanto acaba com outros? E lá se vai inocente pagando por almas que nem deveriam ter nascido.
A gripe Espanhola, uma que nunca foi provada de haver começado no país castelhano e sim exalou dos mil corpos mal enterrados ou abandonados depois de cruenta guerra, rápido se alastrou, cruzou ares e oceanos e atingiu o mundo, ceifando milhares de vidas em minutos bastava atingir o corpo humano, e não poupou nem o Brasil, terra longe e ainda despreparada para recebê-la. Minha mãe que sobreviveu sem ser inoculada pelo vírus, um outro de nossos queridos “amigos” ocultos, ela contava que a coisa era tão rápida e perigosamente contagiante que bastava um minuto de infecção para tombar a vítima em agonia pré-morte, levando-a antes de poder ser socorrida e que no caos que se formou pelo medo de quem socorria, ela era abatida ali mesmo onde caia por sadios, preocupados com a sobrevivência sua e do planeta. Enxadas para enterrar serviam para matar, caixotes serviam de transporte e caminhões eram os coches com coveiros que por vezes nem chegavam a enterrar ninguém, mas eram eles os enterrados.
Depois veio a Asiática, menos cruel ou poderosa e essa eu vi acontecer e a prostar pessoas com febre alta e calafrios por semanas, enfraquecendo os fortes e matando os fracos. E como minha mãe, eu não a peguei. Depois veio a do suíno, a do frango e agora surge o pepino, órgão curiosamente objeto de erotismo pela forma ousada que apresenta se assemelhando ao um invejado membro sexual servindo agora de cobaia. E o pepino começa a levar a culpa de estar matando os desprecavidos. Mas como precaver se o verde bonito e a testura gostosa dessa leguminosa convida a uma boa salada sem que possamos ver tais minúsculos seres grassando nele?
E preocupada em defender sua pátria uma espanhola na frente das câmeras morde, mastiga e engole um pedaço do pepino espanhol comendo aquilo que acusam de matar, mas permanecendo viva. E isso prova alguma coisa? Claro que não. Aquele pepino podia estar sadio, mas e os demais? Aquele pepino e seus irmãos espanhóes jamais continham a bactéria, mas e os de toda a Europa? Aquele pepino assim como todos os gostosos pepinos do planeta poderia ser inocentes, mas não indefeso quanto a injeções. E assim ficamos nós, assustados, com medo do pepino que na boca não machuca, é gostoso e faz bem. È assim vamos arrastando nossa impotência diante do mundo malvado que hoje em dia parece mais querer ver a caveira do alheio do que prevenir, da imprensa que busca o ibope nem que seja no sádico, da mentira porque ninguém sabe de onde vem essas maldições forjadas em desculpas de serem naturais porque não falam nossa língua e não podem nos falar a verdade nem apontar culpados. E assim caminha nossa triste e cruel humanidade que já foi sadia, que já foi boa, que um dia amou e cuidou, mas que hoje odeia sem saber que sente o ódio porque isso de ficar jogando má notícia e coisas sem comprovância em telas, vídeos ou periódico é coisa de quem amor não sente ou sequer a piedade.
Quanto a mim que não sou amante diário de um pepino, só do murcho que carrego em minha anatomia, não bailo na preocupação de meu amanhã que aos setenta anos pode ser daqui a pouco ou sei lá se séculos em um surgido milagre de longevidade, uma coisa que não espero porque só com essa idade já sinto o cansaço de aturar tanto terror.
Mas enquanto meu pepino envenenado não vem, nem o porco, nem a penosa, nem a bactéria seja ela de que nacionalidade ou periculosidade for, vou ajudando a ajudar ao meu vizinho a refletir, pensar, ver a diferença entre noticiar ou aterrorizar, e com isso se livrar das infecções oportunistas ajudando sua defesa imunológica com felicidade, despreocupação e amor.
Que venham as bactérias, que venhamos pepinos.

Por Jorge Curvello

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não desmereça a Internet com palavras chulas.
Obrigado