segunda-feira, 14 de maio de 2012

DE QUEM É A RAZÃO?

                        

No mundo atual as concepções dos valores se inverteram, antes mais acertados hoje descambam para polêmicas devido ao que se mostra o sentimento humano. Um exemplo disso mais recente vem dos acontecimentos trágicos com um rapaz, filho de cantor famoso e assim talvez também tornado, um rapaz que visto pelo lado material é igual a milhares, tão ou não digno de atenções como milhares, mas que somente por ser filho de um famoso se tornou herói quando vítima de um acidente de carro. Retirando-se aí as obrigações humanas do socorrer, tratar e tentar curar evitando o sucumbo, ficou a polêmica se do certo ou do errado em se dar ao fato tanta presteza, socorro e atenção.
O rapaz, artista cantor de shows acabou seu trabalho e, como disse seu pai famoso, cansado, acabou perdendo o controle de um caro que dirigia e acabou num leito de hospital, por sorte ainda vivo embora com o corpo destroçado. E então começou a polêmica:  Deveria a ele se ter dado tanta importância de mídia, reportagens de dias seguidos acompanhando todos os desenvolvimentos de sua pretendida cura? Deveria o pai, um cantor realizado usar o filho moribundo como veículo de fama e atenções? Porque para ele, como tantos outros rapazes se acidentando diariamente, houve tanta atenção, divulgação, cuidados, emergências caras, remoções, enfim tudo que somente os que têm dinheiro ou são famosos conseguem?  O que aconteceu com ele por um acaso difere dos tantos acontecimentos envolvendo outros rapazes, moças, novos ou velhos? Então porque somente com ele houve tanta divulgação e falatório?  A resposta é simples... Grana e mídia.
Da mídia ele e o pai, como artistas, precisam sempre, mas da grana, talvez somente quem se prestou a divulgar com tanto afinco, a televisão que faturava ibopes em nome da desgraça alheia.
Que não sai grátis o tratamento dele todo mundo sabe, mas que a atenção dada garante mídia todos também sabem e aí, a dor de quem deveria somente estar  sentindo foi esquecida pelo sensacionalismo, o prazer de se ver e ver o filho na mídia garantindo o show de amanhã, garantindo a lembrança dessa tragédia para elevar alguém no resplandecer da glória, a chantagem do emocional para milhões de pessoas de ver choro e lágrimas pela Tv e certamente amanhã abraços emocionados mais lacrimosos ainda do quase morto com o mais do que vivo, seu pai. Que já por duas vezes explora esse território quando perdeu um irmão, também famoso. E viva o Jornal Nacional com minutos e não segundos de edição diária a respeito, viva o Faustão com seus lacrimogêneos encomendados e ensaiados, viva a glória de nascer de cu pra lua, ser famoso, ser rico, ser alguém para alguém ver e ovacionar.
Quantos apodrecem esperando socorro em corredores de hospital e não vem avião especial para transportar em céu especial sem turbulências, quantos morrem e são enterrados somente com conhecimento dos parentes sem grana para alardear, quantos sofrem as dores do Brasil separatista onde fama, grana e poder, diferenciam da massa?  E assim caminha a nossa atual humanidade justa, amorosa, sentimentalista, mas nada justa ou verdadeira porque por trás de cada intenção existe uma cobrança, um dever, uma necessidade ou ela sucumbe sem aflorar.
Ao nosso presidente Lula quando adoeceu, tudo igual, se alguém rende ibope para a nossa Tv, ela se esmera em divulgar, encher nosso saco dentro de nossas casas com mofo de notícia, mas nada faz para ajudar verdadeiramente as desgraças do povo bobo que ainda se sentimentaliza com essas futilidades que assim se torna pelo quotidiano e gira ou comprime um botão de canal.
Mas se existo nesse mundo atual... De quem é a razão?

Por Jorge urvello

sexta-feira, 11 de maio de 2012

DÉCADAS




DÉCADAS

O cabo da Boa Esperança
Foi um cabo a ser vencido
Na vida do homem ele é
Uma perda de VÁRIOS sentidos

Temos décadas na vida
E cada uma conta muito
Na primeira somos infantes e perdoados
Na segunda somos incompreendidos e castigados
Nba terceira nos dizem ajuizados
Na quarta somos elogiados
Na quinta começamos o degredo
Na sexta estamos depauperados

Se há sétima, oitava, nona ou longa.
Começam nossas ilusões
Por voltar a ser criança
Nem sempre acertamos as condições

Há os que sofrem e lamentam
Ver a força se esvair,
O desejo se acabar e potencia diminuir
É a década das lamentações, das mentiras.
Das tentativas, das nostalgias.
De chorar o que se foi
De sorrir o conquistado
De chorar o perdido
De viver pra mentir,
Tentar enganar, e ser enganado.
E a isso chamamos... DECADAS

Meu querido sobrinho, ao mesmo tempo em que lhe parabenizo por completar a quinta década de sua vida, iniciando a sexta.  Eu desejo que ela lhe seja como a minha, de aceitações, sonhos, coragem do confessar e muita, mas muita paciência consigo e com todos, pois irá precisar.

Neste passado dia 08 de maio de 2012, Wlison Barros de Moraes Junior... MEUS SINCEROS PARABÉNS.

(clica no link, essa música é pra você e fala das décadas de um homem).

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O AÉRUS – A NEURA DOS VELHOS APOSENTADOS DA VÁRIG

         Como um também aposentado da Varig e antigo bobo confiando no Aérus – Instituto de aposentadoria complementar, também estou passando as atrocidades de ver um padrão de vida conquistado e praticamente perdido neste país dos impossíveis, que sempre aponta para o lado negativo dos propósitos dos justos. Porém diferente acho de muitos de meus queridos compatriotas prejudicados, paulatinamente ao longo desses seis anos de abstinência financeira provocada fui aprendendo a viver com menos, acostumar com menos e desejar até, o menos para o tombo parecer menor. Nunca ocultei nada de minha vida para ninguém, abrindo o livro porque pouco me interessa o que pensem de mim ou julguem me sabendo único e dono de meu destino, seja ela aprovado ou não em sociedade,  e sendo assim, para que compreendam os leitores  a mais do meu drama e de todos os que confiaram na máquina suja do Aérus, dos etc etc que eu deveria estar recebendo de benefício de aposentadoria com meu padrão de vida da ativa ainda mantido, hoje recebo apenas um total líquido de R$1.880,00,  constando aí neste total R$520,00 pagos pelo Aérus a título enganoso de reposição, algo que se anuncia acabar no próximo mês, diminuindo então meu parco soldo em menos essa quantia.

 Pois bem: Que agora me digam os mais abastados e que se acostumaram com possibilidades financeiras bem maiores, como viver com essa mixaria tendo mulher para sustentar (e mulher precisa de muito além da casa, pica e comida, precisa daquelas bobagens todas que a sociedade feminina exige e repara, entre elas, creme de cabelos, esmalte, fazer unhas e pé, preservativos, perfumes, sabonetes, enfim uma gama de obrigatórios gastos mensais que os míseros R$600,00 que dedico para ela não comportam)  E como faço para pagar as demais despesas do lar como a  luz, a comida, enfim o básico para viver sem roubar, havendo no meu caso dependendo do que me sobra como apenas de ainda meu, cachorro e mosquitos?  Fosse eu mais novo e poderia arranjar novo emprego, mas nessa idade, só lavando chão de banheiro e isso, acho que é humilhação demais.
E pensar que tudo isto não seria assim se o Aérus cumprisse o que me prometeu?
Mas é como digo,  a vida existe para ensinar a viver e estou aprendendo. Se não posso mais pagar para comer camarão,m com o sardinha e em lata que é mais barato. Se não tenho dinheiro para divertir arranjo diversão grátis, se não para vestir, ando com o velho que ainda resta, mas nova e translúcida com ti nua a minha dignidade de saber existir sem pedir, sem chorar, sem sofrer porque do sofrimento acho justo como lição para um amanhã.
Foram se os anéis, ficaram os dedos para trabalhar, acusar,  acenar para a esperança que nunca morre e par tocar punheta quando o estresse ataca.
A nova tabelinha para depois do Aérus parar de  pagar já está pronta, e tudo nela dividido para caber no orçamento de um roubado, e nessa desdita continuo, sabendo que sou guerreiro e que não me deixo abater nem enfrentar neuroses como me mostra a minha caixa de e-mail  de cada dia vendo o eu sentem meus colegas.  È triste amigos, mas para nós da Varig pertencentes ao Aérus a vida foi como o nosso local de trabalho, o avião, que decola e voa alto, mas depois pousa para mofar obsoleto em um deserto na Califórnia, ou dentro de um hangar.

E VIVA ZAPATA!

Eu, Jorge M. Curvello.



sábado, 5 de maio de 2012

QUISERA SABER...

 


Eu quisera saber:
Que destino levou alguns de meus colegas de trabalho nos tempos de comissário de bordo na Varig e da Cruzeiro do Sul, alguns que lembro ainda o nome de guerra, outros que esqueci, mas todos que foram em minha vida, pessoas que valeram, deixaram lembranças especiais como disserto abaixo:
Joyce, morena de boca linda, alegre e sensual, séria no que se diz a sacanagens, mas que divertia a cada vôo quer no avião ou depois  nos pernoites. Lembro-me dela em especial em uma tarde em Londres, nós dois soltos na rua como beatnicks, vestidos a caráter, entrando e saindo em bares, lojas e terminando em uma boate, sentados no chão ouvido o som do barulho; Lembro de uma Elizabeth, (havia várias na Varig), lourinha de cabelos de milho, sorriso aberto e olhar repuxado como oriental, que nas pirâmides do México sentia medo de ver fantasma de Asteca. Lembro de Diegues e sua covardia sábia diante dos chefes de bordo e do Sérgio Prates, da Anele, muambeira capaz de tanto cinismo que nunca perdia uma remesse, da |Conceição, uma maluca de pedra que vivia no avião tendo crises emocionais, da outra doida que esqueço o nome que vivia guardando panelas de bordo nos bins do avião e não nos armários, e que um dia em um acesso em sua casa, foi nua para o portão da rua saudar os passantes,  do Jô Silva com sua bunda postiça de silicone e maneiras divertidas fazendo todos sempre rir de suas brincadeiras, da Solange, Roncio ou Silva ou Souza, sei lá, uma morena já não garotinha de cabelos compridos  sorriso enorme e ar de hippie que adorava furdúncio e botequim pé sujo, e que nos pernoites sempre era uma companhia para algum agito, Ah que saudades dos vôos co Bubú, meu chefe de equipe e amigo preferido que sempre depois do vôo me chamava em seu quarto o para uns tragos e muita fofoca.  Do DeRossi, amigo que foi como irão até se meter com outros que invejavam a nossa amizade de mãe e filha ( brincadeirinha dos colegas) e acabaram por romper, e da Vera Demarchi nos tempos do Electra II em rotas domésticas que além de linda era sempre uma gozação em cima dos demais bobocas.  Saudades do Franklin, ou Frankilina, gay assumido já coroa que era louco por espelhos, um narcisista nato, e de tantos gays com quem voei, como Pádua, que deus o tenha,, idem Marquinho e outros que deus já levou para o céu cor de rosa que almejaram sempre Ah como quisera saber dos ainda possivelmente vivos como a machorra  grega que nem me atrevo a citar o nome, muambeira de primeira  dos tempos do B-707, daquela garota que esqueço o nome, acho que era Claudia Baldanza, que usava cílios postiços enormes quando queria gozar com a cara de passageiros, da Marta Maria que era uma encrenca com todos a bordo, mas nunca comigo porque éramos irmãos, da Banza e do seu marido Fernandão,  da Tânia Milan baixotinha com aquele sorriso de Grace Kelly, do Erasmo. Foram bons  momentos vividos em Nova York, Zurique e Roma com muitas dessas figuras que tanto estavam a n bordo para servir e divertir e depois no pernoite para aproveitar das mordomias e vida noturna. E não posso esquecer da Solange comigo furando uma festa dos comissários da New Zeland Airways no h lobby do hotel de Frankfurt, ela depois subindo como odalisca para dançar com as guris do vôo daquela empresa, eu e ela, dois penetras adoráveis que mamaram de tudo de graça e comeram iguarias roubadas de bordo do avião em que lá chegaram (feira). Saudade de Masteline morena linda de corpo escultural e sorriso debochado, da zoiuda que morreu esfaqueada, Giraldes, da Crugger que morreu asfixiada por gás tão moça ainda, das moças da Cruzeiro do Sul (e algumas aéreo velhas também) quando voei naquela empresa, gente como Therezinha cauda baixa, Marlene caixa d´água, Maria cara de cavalo, a bela e nojenta Guaraciaba, das Mariberl, da linda e cruel instrutora esterlina, da feiosa, mas excelente aeromoça Lurdinha a gorda, do Milton, comissário gentlemam, da falecida Nilza, morena bonitona e sempre arrumada que um dia sonhou voar na Varig e se não morresse no acidente de São Luiz, teria realizado seu sonho, Ada amante do dono da empresa, a Carmem, que vivia enfiando dedo no rabo dos seus auxiliares, do comandante Ribeiro, grosso e casmurro para com todos, menos comigo, do comissário gay trindade megalomaníaco, do Serguey, da Edna, da Sonja, estes da Panair, da Margarida, linda quando maquiada, uma bruxa quando acordava,
        Que a minha memória alcançasse perfeita e não teria espaço para contar aqui das estripulias, graças, sacanagens e diversões por que passei com tantos colegas saudosos, de um tempo saudoso que durou quase trinta anos antes de virar rotina.  Hoje aqui s no ocaso da vida me lembro daqueles tempos e garanto que dá vontade de chorar de saudade porque, não houve ou haverá na aviação comercial uma época como a nossa. O glamour de pertencer ao espaço, estar no ar, ser invejado e condecorado, nos sentir donos do mundo.
E garanta você que lê e também voou, que não se sente assim?

Por Jorge Curvello