MEU PENSAMENTO, MINHAS OBRAS, MINHA OPINIÃO

Hoje aos meus setenta anos de idade aprendi mais uma lição, a que não aprendi com todo esse tempo a conviver dentro da realidade desse mundo hipócrita, frio, de poucos amigos sinceros e gente que realmente curte sua presença e gosta de você. Tenho quatro netos e não tenho nenhum, primeiro porque não há laços do sangue que nos una, sou aquele chamado avô torto, assim isso talvez esfriando um pouco as aproximações. Segundo por acreditar que eles, crescendo, continuariam sendo aqueles pimpolhos que tantos mimamos e acalentamos quando crianças, aquelas fofuras que corriam para nós de braços abertos sempre que nos viam chegar. Lêdo engano, as pessoas crescem e dentro delas diminuem os afetos, sendo os mais fortes dirigidos a seus próprios interesses. Se velhos, já não fazemos tanta falta e eles guardam lácrimas e desabafos para quando patimos e sabem que não voltarão a nos ver presente a não ser em fotos, vídeos ou conversas de recordações. Mas não envelhecemos vendo isso assim, continuamos esperando sempre o mesmo tratamento, o mesmo respeito, o mesmo carinho, e a mesma obediência, mas tudo isso ou grande parte disso se foi e nem percebomos.. Os filhos são os primeiros a pular fora do convívio depois de se tornarem idependentes ou se casam, apenas nos procuram quando em vez ou se muito, pode contar porque de nós precisam de aluma coisa. Os netos, nossos queridinhos do passado, alegram-se ao nos ver, nos abraçam, beijam, mas depois desaparecem e se não corremos atrás deles, não os vemos mais e, se por acaso reclamamos, se sentem magoados e desabafam, nem sempre sabendo usar das palavras e ferindo profundamente quem deles jamais esperou uma rebeldia.
E felizes são os que para eles nada mudou, continuam sendo abraçados, beijados queridos perto, procurados, e não acabam como uma grande maioria rejeitados até as raias de um asilo.
Hoje por esperar tudo o que reclamo ter ido embora, ganhei um troco e não está errado quem deu, mas sim este velho brurro que acreditou demais e enxerga agora que passou a vida sendo franco demais e nunca compreendido realmente.