quarta-feira, 21 de setembro de 2011

CONTRA A CORUPÇÃO - CINELÂNDIA 20/09/2011

CONTRA A CORRUPÇÃO

Ontem, 20 de setembro de 2011 realizou-s mais um movimento contra acorrupção, na Cinelânda, com parrticipação satisfatória de mais de  2.550 adeptos. No link anaixo poderão ter uma idéia da importância de mudança neste país

.http://www.youtube.com/watch?v=kPN1OrXk5O8

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

NÓS, OS COMISSÁRIOS DA VARIG






Dos anos 60 aos anos 90 nós fomos considerados pela maioria dos usuários da aviação comercial os melhores atendentes de cabine de aviões do mundo, comissários de bordo da Varig então também considerada uma das melhores empresas aéreas mundial e melhor de todo o Brasil. Devíamos a Varig este prestígio e em especial a uma mulher, também aeromoça chamada Alice Editha Klaus, alguém que praticamente se casou com a finada empresa.
Éramos mais de três mil comissários de bordos, homens e mulheres, distribuídos nas rotas nacionais e internacionais da Cia, orgulhosos e capazes, sempre prontos a dar o melhor de nós quando dentro de um uniforme e gozando dos privilégios que a maravilhosa profissão oferecia, excelente salário, excelente local de trabalho, excelente núcleo de amigos e colegas, todos existindo dentro de um mundo especial que começava e terminava às portas de um aeroporto.
Entre nós havia cumplicidade, respeito, amizade sincera e muita alegria, uma família dentro de outra família que ainda era a nossa saudosa empresa. A cada vôo uma nova alegria, uma nova descoberta, uma nova revelação e todas as pequenas coisas contrárias que aconteciam eram suplantadas pelas melhores, apagadas pela compreensão de que nada é perfeito nesse mundo. Foram anos vividos com alegria, interesse, afeto e dedicação, entrega de parte de nossas vidas e de nossa liberdade bem merecidos, um mundo de cultura, prazeres, trabalho, descobertas e aventuras onde chorar era proibido e rir a bandeira.
A cada tripulação formada logo se revelava a afinidade e prazer de estar se trabalhando em equipe, se desfrutando pernoites em conjunto, se sofrendo angústias consoladas e muito a mais do que tudo isso, a certeza de que estávamos entre amigos, mesmo havendo alguns que não fossem tanto assim.
Do Oiapoque ao Chuí, do pólo ártico ao pólo Sul, onde houvesse uma cidade operada pela Varig lá estávamos nós, embarcando e desembarcando passageiros satisfeitos por estarem conosco, seguros conosco, e quantos amigos então fizemos mundo afora em nossas loucas vidas de anjos do ar, e quantas saudades recolhemos pelo passar do tempo e a muitos lugares não mais retornar, e quantas lembranças boas e más guardamos de tudo e de todo, esquecidos de que éramos também apenas cidadãos brasileiros para sermos apenas comissários de bordo.
Dentro dos aviões, se em viagens mais curtas era a alegria do conviver, do servir, do ajudar, do rir das brincadeiras ocultas que somente nossos olhos viam. Nas viagens mais longas era o deslumbre do serviço de bordo requintado, dos plantões abordo de confissões e desabafos, das piadas de histórias curiosas que ouvíamos sempre renovadas e nos períodos de descanso divididos, mesmo sacrificados em poltronas mal reclinadas, ou depois em leitos nem tanto confortáveis, mas isolados do resto do avião, sonhos nos elevavam e fazia esquecer a distância nos separando do esperado paraíso que era o local de pernoite.  E nesses lugares, livres da obrigação e com dinheiro no bolso aconteciam passeios, compras, jantares memoráveis, leituras de bons livros ou solidão buscada em banco de igrejas para meditar, visitas a lugares nunca antes sonhados e a revelação que fomos premiados ao recebermos um simples brevê com insígnias de uma empresa aérea e a nossa era a grande, orgulhosa e famosa Varig Airlines, quer no Ícaro ou na rosa dos ventos da que se transformou na estrela Brasileira.
Hoje aposentados, envelhecidos, diferentes do belo que fomos e já nem tanto famosos, ainda somos amigos, ainda somos família, ainda somos lembranças gostosas e contatos melhores, ainda trocamos e-mails, encontramos, nos estimamos como irmãos porque todos de fato pertencemos a uma irmandade, a irmandade chamada Varig.


Não importa se hoje, mais de trinta anos depois e por uma sacanagem política e roubo deslavado nos tiraram o poder aquisitivo de uma conquistada aposentadoria complementar, nos relegaram a vergonhas e sofrimentos, pois ainda somos comissários de bordo em nossas almas, ainda nos ajudamos e estimamos, ainda sorrimos e revivemos nem que seja em doces fotos ou outras lembranças nossos doces e eternos momentos de felicidade, o de poder voar sem nunca ter asas.


Dedicado a três melhores colegas e amigas do ontem e do hoje, comissária Tânia Milan, comissária Vera DeMarchi e comissária Elizabeth Masteline, pelo belo que foram e continuam, pela amizade que me ofertaram, pela profissional que se graduaram e por tantas alegrias que vivemos juntos.
                           
                                               Comissário Curvello

terça-feira, 6 de setembro de 2011

SETE DE SETEMBRO... NADA A COMEMORAR








O Sete de Setembro... Nada a comemorar
(pelo menos para os trabalhadores da Varig)


Em 07 de Setembro de 1822 foi proclamada a Independência do Brasil. Uma data histórica e que representa muito para o Povo Brasileiro.

Mas infelizmente em mais um Sete de Setembro nós, trabalhadores da Varig, não temos nada para comemorar depois que a nossa independência financeira, há muito parou de existir e com isto foi embora pelo ralo a nossa alegria de viver e a nossa dignidade. A nossa e a de nossas respectivas famílias.
Tanto que 5 dias depois (Dia 12 de Setembro) desta data tão marcante para o Povo Brasileiro, fará 5 anos e 5 meses (65 meses) em que todos os trabalhadores da Varig passam pelas mais difíceis situações financeiras, amargam falta de plano de saúde para o mais velho, falta dinheiro para comprar remédios e etc..etc..etc... Não há nada para se comemorar neste dia tão importante.
Como podemos nos regozijar pelo Sete de Setembro
(Independência do Brasil), se não temos independência alguma? Estamos colocados há mais de 5 anos em segundo plano para não dizer em planos mais inferiores. O que fizeram com a VARIG e conosco (Seus trabalhadores e suas respectivas famílias) foi um Crime de Lesa Pátria.

Mas os senhores e senhoras que ocupam o poder desde 2003 nada fazem para reverter este quadro deveras triste e grave. Não importa para eles, senhores e senhoras que estão no poder, se pessoas estão passando pelas maiores privações possíveis e se estas pessoas foram trabalhadores de uma das maiores empresas aéreas que este país já teve. Trabalhadores que levaram o nome do Brasil e a Bandeira Brasileira aos quatro cantos do Mundo pelas asas da grande Varig. Estas pessoas ajudaram a trazer muitas divisas para a nação brasileira. A VARIG era uma grande empresa brasileira que muito contribuiu para o engrandecimento do país como um todo, assim como ajudou em muito o povo Brasileiro em seus 79 anos de existência. Um verdadeiro símbolo brasileiro.
Mas eles, senhores e senhoras do poder atual, no entanto vivem dizendo aos quatro cantos do país que nunca na história do Brasil houve tanta justiça social e bem estar para a população brasileira. É conversa para boi dormir, muita propaganda e somente propaganda.
Não há respeito sequer por parte das autoridades deste país pelo estatuto do idoso e a grande maioria dos trabalhadores da VARIG hoje são idosos. Não há o mínimo respeito por este estatuto que foi promulgado pelo governo do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, uma grande ironia não acham?
O judiciário brasileiro (Os ministros do STF) continua a retardar um julgamento importante que poderá ajudar a todos os trabalhadores da VARIG. Muitos pedidos são feitos a gente importante do STF por alguns parlamentares brasileiros, mas continua tudo em compasso de espera. Algumas autoridades brasileiras contatadas também se dizem sensibilizadas com o terrível drama porque passam milhares de homens e mulheres, mas e tudo uma suja mentira. Esperam e que nós, os aposentados, todos morram para nunca pagar o que nos devem.
Só há independência de um país quando o povo é independente, soberano e quando não existe Justiça Social apenas parte da população brasileira. O que adianta resolver o problema de uma parte da população, mesmo que necessitada, se há outros brasileiros passando por extrema dificuldade? É este o legado que este governo, que se diz dos trabalhadores, o PT camuflado, está deixando para o País e para as próximas gerações? Um governo que não respeita decisões jurídicas e que não cumpre as mesmas não merece crédito.
Uma Justiça que tarda os julgamentos por entraves e mais entraves criados por eles mesmos não merece a nossa consideração por mais digna que ela pareça ser. Que Justiça é essa tão apregoada por Exmos. Magistrados que demoram a julgar processos já ganhos em quase todos as instancias jurídicas mas que continuam sem solução na corte mais alta da Nação Brasileira (STF - Supremo Tribunal Federal). É este o legado que Exmos. Magistrados estão deixando para as próximas gerações também?
É preciso que mais trabalhadores da VARIG venham a falecer e sem terem o direito de ter os seus direitos de volta nem para suas respectivas famílias? O porque desta tragédia silenciosa continuar sem solução? Quem ganha com isto? Sete de Setembro uma data outrora tão bonita e importante mas infelizmente para não ser mais comemorada pelos trabalhadores da VARIG e suas respectivas famílias.
Aliás para terminar este texto digo que esta data tão importante não deve ser comemorada pela maioria do povo brasileiro que assiste horrorizado, mas muito passivamente a desmandos, falcatruas e corrupção que se alastra pelo Brasil afora. Pobre povo que assiste passivamente a riqueza da nação se esvaindo nos ralos da corrupção e nada faz.


Texto do
Comissário Aposentado VARIG
Paulo Resende.
José Paulo de Resende.
Um cidadão brasileiro desrespeitado e humilhado pelo governo Brasileiro assim como milhares de homens e mulheres que lutaram e trabalharam pela grandeza deste País e contribuíram em muito para esta riqueza, mas que infelizmente agora estão jogados as traças e esperando a morte chegar sem nenhuma dignidade.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

DERCY GONÇALVES NO CÉU









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- Porra tá frio aqui em cima. 
- O céu não tem temperatura, minha senhora - pondera um porteiro celestial de plantão.. 
- Não tem o cacête. Tá frio sim senhor - insiste Dercy. 
- Prefere o inferno? Lá é mais quentinho! 
- Manda tua mãe pra lá. Cadê o Pedro? 
- Pedro só atende aos purificados. 
- E eu tô suja por acaso? Tô cagada, esporreada? 
- Você primeiro tem que passar pelo purgatório, ajustar umas continhas... 
- Não devo nada a viado nenhum. 
- Você foi muito sapeca lá por baixo. 
- Como é que você sabe? Andava escondido debaixo das minhas saias? 
- Dercy, daqui de cima nós vemos tudo o que acontece lá embaixo. 
- Vê porra nenhuma. Vê a pobreza, a violência, meninas de 4 anos sendo estupradas pelos pais, político metendo a mão no dinheiro dos pobres, carinha cheirando até bosta pra ficar doidão? O que vocês vêem? Só me viam? 
- Você fala muito palavrão. 
-Eu sempre disse que o palavrão estava na cabeça de quem escutava. 
Palavrão é a fome, a falta de moral destes caras que pensam que o mundo é deles. Esses goelas grandes e seus assessores laranjas, tangerinas e o cacête! 
- Está vendo? Outro palavrão. 
- Cacête é palavrão, seu porteiro do caralho? Palavrão é a Puta Que te Pariu! 
(silêncio por alguns segundos) 
- Seja bem vinda Dercy. Sou Pedro. Pode entrar. 
- CARAAAAAALHO! !! Não é que eu morri mesmo?!!! E o purgatório?
- Você já passou 101 anos por lá, no Brasil, agora entre e venha descansar.

Postado por um desconhecido

domingo, 4 de setembro de 2011

UMA NOITE (QUENTE) NO SÓTÃO DISCO CLUB

                               






        Na velha galeria Alaska dos anos setenta a noite fervia. Era jogador de futebol, piranha, patricinha bêbada, garota de programa, gays de todas as classes e atrevimentos, garotos de programa, músicos, artistas de TV e cinema, donos de grandes casas de turismo, comerciais, presidentes e diretores  gays de grandes empresas, enfim a mistura da fina flor da cidade maravilhosa noturna, gente toupeira, morcego ou mariposa que somente gosta de sair à noite evitando a luz do dia e as olheiras ou papuças. E por lá existiam abertas ao atrevimento da frequência pública os bares da Atlântica, os botecos pé sujo de dentro da galeria , cinema, teatro e logicamente sem poder faltar, uma das mais famosas discotecas da época, o Sótão Disco Club, uma casa noturna dirigida por Manelzinho, animada pelo super dJ Amandio e que tinha como porteiro um ex-detetive da polícia civil, o apelidado Carecam uma casa diferente da Alaska dos anos sessenta aonde os play boys chegavam de lambreta e corrente na mão e pessoas de bem fugiam da frequência diante de suas balburdias a Alaska mais  “civilizada” abrigava essa gente que vinha a pé de casa, de táxi ou chegava nos carrões que escondiam a distância nos estacionamentos da calçadas  para ninguém saber de seu poder aquisitivo, e sem multas porque ainda o Rio de Janeiro era de todos e não somente da prefeitura.
        O Sótão era uma discoteca Gay, destinada a homossexuais e simpatizantes, os donos eram gays, o gerente também e a assim era o chapeleiro, o rapaz (outra biba) encarregado de guardar casacos e bolsas na imitação de casas noturnas do estrangeiro. Ali trabalhando somente os garçons eram heteros e as noites do Sótão eram sempre animadas, de segunda a segunda sem fechar, sempre bem e  mal freqüentadas, mas sem distinção a não ser no salão onde, alguns freqüentadores mais abastados criaram uma área que foi apelidada de área das “douradas”, bonecas comissários de bordo que viajavam e vivam afrontando com bolsas Gucci, ventarolas japonesas, e uma sorte de privilégios que os pobres costumeiros, os apelidados de INPS (INSS) ou freqüentadores da outra área no lado oposto do salão, não tinham. E eram assim consideradas, douradas e INPS, as áreas de separação.
        O salão era para todos e na hora de sacudir o esqueleto ou mostrar volteios de dançarinos profissionais sem ser, todos eram iguais, menos os verdadeiros bailarinos dos Dizzy Croquetes que ali também se misturavam aos demais sem ostentação. E no meio do salão aconteciam as pegações, ou então com “Douradas” fazendo incursão no INPS e levando o garoto ou falso macho para sua área onde os do baixo mundo do INPS não podiam pisar ou eram enxotados.
        Um ponto bem curioso era a boca do guarda casacos, sempre freqüentada por “olheiros”, aqueles que queria ver quem chegava para poder “pegar” primeiro, já entrar no salão acompanhado e fazer inveja aos demais. Ali era também o ponto das fofocas e informações, de se saber da vida alheia ou do acontecimento da véspera, bem divertido era então aquele local.
        Era tempo de se dançar como John Travolta em  Saturday Nigh Fever e o gostoso ritmo Hustle imperava,  então com douradas e INPS dançando todos juntos na coreografia de linhas, não sem por algumas vezes acontecerem cutucadas e empurrão das “finas”, querendo aparecer na frente dos “pobres”, porém sempre melhores dançarinos.
        E quem liderava o Rank do sucesso era Odete Bacalhau, rapaz de corpo bonito, vestido a maneira de índio apache com uma peruca de cabelos caindo abaixo dos ombros e faixa na testa, bolero florido no busto seminu e calça jeans com dois cintos, um para segurar e outro como enfeite caído de lado, mas bom para garantir algumas lambadas em caso de porrada. E Odete inventava “show” de dublagem musical em voz de homem ou de mulher, fazia performances no salão ou mesmo no teto sobre as vigas, sempre aparecendo de surpresa em conluio nem sempre permitido com um garçom e o DJ, até com iluminação especial. E houve uma vez que ele apresentou uma performance de Ângela Maria cantando Babalú, com direito a armação de despacho na pista e tudo, e outra ainda da índia lírica Yma Sumac, e se precisava ver os trajes que ele inventou. Mas Odete odiava se pintar de mulher, vestir de mulher, parecer mulher nessas performances, era mais andrógena do que tudo e vencia, para horror das douradas invejosas, principalmente quando no final das performances, diante da platéia ensandecida tirava fora à peruca que muitos pensavam ser cabelos próprios e provocava aplausos e urros da bicharada.
        Mas havia outros sucessos inesperados como “Pingoleta”, apelido gay da rica filha de médico famoso, aeronauta dos bons, mentiroso melhor ainda e esnobe quando queria ser, havia Nery Rola (apelido gay), sacana de bom coração e que amava Odete Bacalhau mesmo havendo colocado no rapaz esse apelido por dizer que ele não usava desodorante, havia Mary Help, a bichinha franzina no corpo e na voz de mulher, safada, pegadeira até de guardião de cinema vazio entre gringos que com a amiga de Ronalda, um homossexual de corpo ágil e cabelos a black power dançava  pra cachorro e era bom na pegação de turista para e hospedar-se ambos no Copacabana Palace e depois ficar das sacadas mostrando ramalhetes de flores e debochando da turma que passava para o conhecido ponto de praia dos gays em frente ao hotel, a "bolsa de valores"  Essa dupla costumava quando “depressiva”, sair da boate em meio da noite para ir para casa tomar chá sentadas no chão e chorar as mágoas, maluquice de bicha.
        Os tipos mais bizarros ou apelidos mais estapafúrdios freqüentavam o Sótão, misturados a gente como presidentes da Shell, da Merck Medicine, da Kamel Turismo, artistas de  rádio e cinema, famosos em visita ao Rio de Janeiro, gente que já chegava aqui com  endereço e informação da discoteca. E não era para menos pelo bom serviço e música de primeira importada em primeira mão, lançamentos antes das demais disco house do Rio e São Paulo.
        No Sótão os michês (garotos de programa) tinham pouca aceitação, mas alguns apareciam e eram permitidos de entrar porque, fazia parte do serviço e quem desejasse encontrá-los mais fácil era só ficar lá fora na galeria. No sótão não era lugar de ficar sentado e sim sacudir, mesmo nas áreas das douradas que preferiam dançar ali espremidas e a se misturar a peble.
        Lá embaixo no pé da escada aveludada o Careca ficava dando sim e não a quem entrar, ou faturava em cima de quem dizia estar proibido de entrar pelo gerente e ele “aliviava”, levando grana do otário. Lá em cima a orgia fervia, eram corpos suados dançando ao frio gigantesco de um ar refrigerado gigante que congelava copo se deixado perto, o que quase nada adiantava devido ao calor humano dos corpos se movendo. Eram de fato noites quentes e inebriantes.
        Curioso era de ver que os banheiros eram sempre limpos, de sujeira, cheiro ou pegação, não se permitia beijo na boca no local, abraços de homem com homem ou mulher com mulher nem pau seguro em surdina ou era luz de lanterna na cara e espôrro de garçom. Só era permitido dançar, dançar e dançar.
        Não se deve esquecer uma garota que vendia flores, se fantasiava de holandesa e ofereci a rosas por um real, essa, quando dava uma louca, subia em palco improvisado e fazia performance de dublagem de óperas em rotação alterada, uma comédia e mais curioso ainda era que, se havia algum freguês exagerando no comportamento, logo mera organizado um jantar de honra na casa dos donos gays e a bronca vinha depois da sobremesa. No sótão era assim e viva o Sótão.
        Ela foi à rainha de nossas discotecas e nunca mais houve outra igual, nem o Alfredão onde dois gays casaram de véu e grinalda provocando fechamento pelas autoridades com alvará caçado, nem o Big Alls, que traduzido queria dizer Alfredão quando o dono abriu outra casa em uma galeria só para lésbicas no andar superior e  frequência misturada no térreo, e toma de Bety Faria, Maria Bethânia, Gal e outras duvidáveis sendo encontradas por lá. Foram noites memoráveis enquanto reinou as do Sótão Disco Club.

Por um freqüentador
             

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

AMAR AO PRÓXIMO... AMOR POR TODOS

       Amor ao próximo... Ou amar ao próximo nem que seja um animal, uma planta, uma flor, uma  simples imagem morta e sem fala, mas o importante é sentir amor, amor de verdade.
       Caminhamos hoje em um mundo ausente de sentimentos onde muitos choram essa falta e nada fazem para melhorar, caminhamos no holocausto final da decência humana onde brincar de sentir vale mais do que verdadeiramente sentir alguma coisa, somos herdeiros de coisas boas que esquecemos ou jogamos fora em nome de novas que nos ilude, deprecia e faz por definhar. E assim vamos, somos, existimos, e isso porque esquecemos de amar, ao próximo que como digo acima, pode ser qualquer coisa, porém significando, amar.
       Eu nasci pobre, mas não de espírito, nasci sem sonhos por não saber deles a existência a não ser os da ação do meu subconsciente nas noites de dormida. Fui descobrindo a vida e me descobrindo aos pouco e quando vi, tinha tudo o que queria e ainda tenho, mesmo tendo perdido esse tudo que consegui e nunca foi tão importante realmente.. E este fui eu no tempo em que para o amor nunca estive aberto a não ser para aquele da ilusão de se amar, o amor à namorada, que como um sorvete ao sol era gostoso até derreter e se acabar. Depois descobri o amor à esposa, a mãe, amores duradouros e que são de fato para sempre, mas que se um se vai, o outro permanece amando somente a lembrança, e se amamos a um somente, com o tempo acabamos nos sentindo sem amor ou mal amados.  triste eu descobri que do amor não entendia e quando amei, pouco do amor eu entendi.

       Nasci, me criei, cresci, lutei, consegui, gozei, diverti e  depois tudo eu perdi, mas eu fiquei e estou aqui, hoje amando ao meu próximo seja ele o ignorante, malfeitor, ilustre cidadão ou herói, eles e elas, a todos eu amo e sendo assim sentindo amor por todos, descobri a verdadeira felicidade.
       Se eu perdi tempo pela vida afora observando e estudando o homem, ganhei experiência ao descobrir que além dele existem os animais, as flores, o ar que respiro, as nuvens, a água, o céu do azul de céu de brigadeiro ao cinzento das grandes tempestades, e alegre descubro tudo isso sendo meus amores, meu amor por todos já que amar meu semelhante significa amar todo o planeta.
       E por isso eu digo que se queremos a volta de todos os nossos dourados valores de outrora e onde não existe o poder do dinheiro, do ouro, da ambição, do pecado e do descaso, somente conseguiremos assim se voltarmos a amar nosso próximo como a nós mesmos, sentir amor por todos e tudo que existe neste mundo conforme nos foi ensinado e solicitado pelo nosso Deus para que não exista mais a descriminação de a quem deva se amar.






Um Ode:

Aos gays verdadeiros que assim são pela natureza biológica sem querer fazer dela apologia.
Aos pobres verdadeiros que não pretendam de sua pobreza explorar caridades.
Aos infelizes que saibam sofrer sem incomodar com queixas e lamentações.
Aos loucos até onde são loucos sem o saber.
Aos amantes do bom e do ruim que não se percam na comparação.
Aos agoniados que queiram entender e aceitar sem se julgar inocentes.
A você que leu com paciência essa declaração de amor que no final de tudo foi dedicada especialmente a você.

Arlindo Duplo