domingo, 12 de junho de 2011

MEU SONHO RUIM

Ontem jantei e me sentei para ver o Jornal Nacional, acomodando-me em minha velha poltrona da sala de estar olhando no écran a figura patética da nossa Presidenta com aquele seu rosto indecifrável de mulher ou tenente falando para o Brasil em uma daquelas mentirosas propagandas de seu governo. Logo a seguir entrou a do Ministro Temer complementando a baboseira com seu rosto gaviônico e emendando na defesa do povo uma outra onde políticos da oposição atacavam os dois diretamente querendo alertar o povo, mas não pelo Brasil, mas sim por suas candidaturas que sabemos tentam continuar sendo o mesmo balde somente mudando a merda. De barriga cheia acabei adormecendo e sonhei, melhor dizendo, tive um sonho mau que logo virou pesadelo.
No meu sonho aparecia agora o Palácio do Congresso Nacional em Brasília, em dia de “festa”, com todos os políticos a que tinha direito e deveria ou não estar ali porque aquela reunião se tratava de uma mega decisão governamental e era preciso apoio imediato e sem votação, de todos os seus partidários e da oposição também. E lá fora, em uma visão de flash no sonho, todos aqueles enormes e brilhantes carros negros de marca importada e muita guarda federal tomando conta. Porém, a presença em massa parecia estar ali para nada, todos sentados em um falatório e risos enquanto serviçais desfilavam canapés e caviar regados pelo mais fino wisky. De certa forma, naquele “descanso” de “trabalho”, todos pareciam à espera de alguém e esse alguém era a nossa Presidenta..

E ela chegou pomposa em sua roupa simples de gosto indefinido, os cabelos arrumados como se no velho tempo do laquê/lake, sorrindo com aquele sorriso de ariranha faminta, acenando como se estivesse em dia de parada e então o meu sonho transformou-se em pesadelo.

Moral da história: todos aqueles mentirosos estavam ali comemorando uma grande vitória, algo jamais pensado de um dia ser conquistado, a completa independência do Brasil, de seu terrível e pernicioso inimigo, o povo. Á gargalhadas um senador com copo a meio na mão alardeava para outro segurando um canapé de salmão.

--- Finalmente amigo velho, nós conseguimos.

O outro, sem saber se mordia o canapé ou falava, no vai e vem da mão respondeu.

--- Uma grande vitória... Agora temos todo esse território somente para nós, sem aqueles miseráveis sempre querendo aumento, exigindo isso ou aquilo, precisando disso ou daquilo e nos fazendo suar a camisa para satisfazer.

Um terceiro chegando sorrateiro perguntou.

---- Mas e agora, quem vai nos servir, pagar imposto?

O do canapé riu, enfiou a iguaria na boca e de boca cheia respondeu.

-- E pra que tudo isso agora mano velho. Somos excelentes mediadores e temos tanta riqueza para vender que imposto vai virar gorjeta. Basta importar mão de obra para tudo e pagar barato. Somos dono desse gigantesco “condomínio” e tudo agora é nosso, sem aquela gentalha pra impedir. O nosso deus é justo e acabou com todos, ou melhor... E nós ajudamos né?

E ele riu soprando fagulhas do canapé para fora da boca sujando o terno de puro linho do amigo.

No pódio a Presidenta chegando acompanhada do velho nosso conhecido Lula interrompeu aquela conversa começando seu discurso sob aplauso geral, E na explicação daquela cerimônia confirmava a prévia da conversa dos ladrões.


--- Meus amigos, bravos guerreiros brasileiros que sempre souberam ao que viemos e porque aqui estamos. Estamos aqui nesta data tão importante e comemorativa para brindar ao sucesso de ter finalmente conquistado somente pa nós e nossos entes queridos esse grande condomínio, o nosso amado Brasil. Agora não há mais seu povo ameaçando de sujar tanta beleza, destruir tanto patrimônio, aviltar tanta pureza e no lugar dele somente nós para gozar toda essa maravilha uma vez que expurgamos a grande praga. Com todas as riquezas que acumulamos e as que temos neste país nos será fácil importar mão de obra para tudo, mas gente de fora que venha e se vá, sem pedir nada, sujar nada, destruir nada ou ter direito a mais do que um salário e baixo, porque sabemos como economizar. Ora velhos companheiros de batalha... Meus ouvidos não agüentavam mais tantas lamúrias e chatices, tanta churumela e reclamação pô.

E um coro de palmas explodiu, com ela continuando.

---- E todos os presentes nessa casa merecem elogios, pelo tanto que souberam ser teatral em enganar miseráveis e pretensiosos, gente pobre e gente rica que pretendia também lucrar e pouco se importava com o futuro desse país, um país livre da praga de habitantes que, senão controlada sempre estraga. Agora aqui só nós, só os ricos, os herdeiros de Ali Baba, os donos do mundo, e sem precisar ouvir mais nada ou prestar conta de mais nada porque não há mais quem venha nos pedir, nada. Bolas companheiros... Não era isso que sempre quisemos? Valeu tanto sacrifício, tanta luta, tanta espera, mas afinal e finalmente,... ESTE BRASIL É SÓ NOSSO!

Então acordei num salto, suado e vendo que já acabava a novela das oito, molhado não pelo medo que o sonho se realizasse, mas sim por saber que eu sempre soube que era isso que aqueles sacanas desejavam sempre, ano após anos, ser donos do Brasil, do meu e do seu Brasil, que no sonho meu deus, já era deles. Ironicamente logo os créditos da novela sumiram e entrou uma propaganda sobre a manifestação dos bombeiros e da pequena vitória conseguida com a soltura dos aprisionados. Então pude engoli o nó que se formava em minha garganta, esperançado naquele movimento que talvez, quem sabe, foi o primeiro de muitos que virão para impedir que uma corja de safados no momento com faca e queijo na mão, tome posse e nos expulsem de nosso país.

Por Jormallo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não desmereça a Internet com palavras chulas.
Obrigado