quinta-feira, 10 de maio de 2012

O AÉRUS – A NEURA DOS VELHOS APOSENTADOS DA VÁRIG

         Como um também aposentado da Varig e antigo bobo confiando no Aérus – Instituto de aposentadoria complementar, também estou passando as atrocidades de ver um padrão de vida conquistado e praticamente perdido neste país dos impossíveis, que sempre aponta para o lado negativo dos propósitos dos justos. Porém diferente acho de muitos de meus queridos compatriotas prejudicados, paulatinamente ao longo desses seis anos de abstinência financeira provocada fui aprendendo a viver com menos, acostumar com menos e desejar até, o menos para o tombo parecer menor. Nunca ocultei nada de minha vida para ninguém, abrindo o livro porque pouco me interessa o que pensem de mim ou julguem me sabendo único e dono de meu destino, seja ela aprovado ou não em sociedade,  e sendo assim, para que compreendam os leitores  a mais do meu drama e de todos os que confiaram na máquina suja do Aérus, dos etc etc que eu deveria estar recebendo de benefício de aposentadoria com meu padrão de vida da ativa ainda mantido, hoje recebo apenas um total líquido de R$1.880,00,  constando aí neste total R$520,00 pagos pelo Aérus a título enganoso de reposição, algo que se anuncia acabar no próximo mês, diminuindo então meu parco soldo em menos essa quantia.

 Pois bem: Que agora me digam os mais abastados e que se acostumaram com possibilidades financeiras bem maiores, como viver com essa mixaria tendo mulher para sustentar (e mulher precisa de muito além da casa, pica e comida, precisa daquelas bobagens todas que a sociedade feminina exige e repara, entre elas, creme de cabelos, esmalte, fazer unhas e pé, preservativos, perfumes, sabonetes, enfim uma gama de obrigatórios gastos mensais que os míseros R$600,00 que dedico para ela não comportam)  E como faço para pagar as demais despesas do lar como a  luz, a comida, enfim o básico para viver sem roubar, havendo no meu caso dependendo do que me sobra como apenas de ainda meu, cachorro e mosquitos?  Fosse eu mais novo e poderia arranjar novo emprego, mas nessa idade, só lavando chão de banheiro e isso, acho que é humilhação demais.
E pensar que tudo isto não seria assim se o Aérus cumprisse o que me prometeu?
Mas é como digo,  a vida existe para ensinar a viver e estou aprendendo. Se não posso mais pagar para comer camarão,m com o sardinha e em lata que é mais barato. Se não tenho dinheiro para divertir arranjo diversão grátis, se não para vestir, ando com o velho que ainda resta, mas nova e translúcida com ti nua a minha dignidade de saber existir sem pedir, sem chorar, sem sofrer porque do sofrimento acho justo como lição para um amanhã.
Foram se os anéis, ficaram os dedos para trabalhar, acusar,  acenar para a esperança que nunca morre e par tocar punheta quando o estresse ataca.
A nova tabelinha para depois do Aérus parar de  pagar já está pronta, e tudo nela dividido para caber no orçamento de um roubado, e nessa desdita continuo, sabendo que sou guerreiro e que não me deixo abater nem enfrentar neuroses como me mostra a minha caixa de e-mail  de cada dia vendo o eu sentem meus colegas.  È triste amigos, mas para nós da Varig pertencentes ao Aérus a vida foi como o nosso local de trabalho, o avião, que decola e voa alto, mas depois pousa para mofar obsoleto em um deserto na Califórnia, ou dentro de um hangar.

E VIVA ZAPATA!

Eu, Jorge M. Curvello.



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