domingo, 17 de julho de 2011

PORQUE TUDO ESTÁ TÃO DIFERENTE?




Sou de um tempo onde tudo era muito diferente, quase outro mundo, outro planeta, um tempo gostoso de sonhos e fantasias amor, respeito, dedicação e conservação. Sou de um tempo gostoso onde se podia andar na rua de madrugada, se vivia sem grades em janelas, se criava galinha que comia milho e não ração, se escutava rádio e não havia a televisão, um tempo onde pai e mãe significava amor e respeito, obediência e carinho, onde suicídio, fratricídio, matricídio era pecado, sexo era feito por amor e satisfação carnal do homem em bordel, onde um beijo na boca era dado em namorada e não em prostituta porque ela fazia boquete, peito de mulher era de carne e não de silicone, pernas e bundas também, avião era viagem de luxo, telefone e caro era coisa de ricos, se vivia certas as quatro estações do ano, janeiro e fevereiro de calor e aquela tempestade forte pela tardinha, maior a julho era frio e a chuvinha fina, flores desabrochavam na primavera e folhas caiam no outono incomodava, jovem ia ao cinema na matinée aos domingo e casais nas noites de sábados, se almoçava em família aos domingos galinha ou carne assada e também era dia de se receber visitas , festas e bailes somente aos sábados porque de segunda a sábado era dia de trabalho. Um tempo em que havia ônibus, trem, bonde e lotação como condução coletiva, havia piqueniques nos domingos em Paquetá, havia menos palavras chulas nas bocas das pessoas, menos assaltos, menos violência, mais dinheiro e muito mais amor entre as pessoas.
Sou de um tempo em que se acreditava em lobisomens e assombrações, se tinha medo do escuro, se olhava a lua com romance, se dedicava música à namorada. tempo de mandar fazer roupa nova para aniversário, casamento ou batizado, se levar flores ou bombons, se ir a praia com calção de banho coberto e não desnudo, mijar somente em banheiros, transar somente dentro de quatro paredes. Era tempo de tomar sorvete em padarias, comprar carne no açougue e se ir à missa aos domingos. Um tempo gostoso, de sonhos, romance, idealização e respeito a todas as leis, as do homem e as de Deus ou de seus deuses. sou do tempo em que homem casava com mulher e pai era o biológico, sou do tempo onde existir era felicidade.
Hoje tudo isso parece guardado somente na lembrança dos velhos porque os novos não conheceram e crescem movidos por uma abertura maliciosa que os afunda na insensibilidade, rouba deles o que de mais precisos o homem possui, identidade e sensação. Hoje palavrão é palavra comum dita em qualquer lugar, até na televisão, sexo se faz com todos e em qualquer lugar, se mija na rua, se ofende pai e mãe, irmão e família, se maltrata, crianças se entregam a orgia do sexo, do fumo, das drogas, a segurança e a proteção não existe nem na cadeia, as leis protegem mais o bandido do que ao herói, casa virou sinônimo de cadeia, bailes de prostituição, não se come mais bacalhau como antigamente e a coca cola de negra ficou bordô. Estamos em tempos de guerras biológicas, terrorismo, interesses políticos prejudicando nações, desamor ao próximo, à natureza e aos animais, tempos de faltas, abusos impunes, tempo de morte, solidão, descrença e destemor, tempos do fim da dignidade do homem e de sua razão de existir.
Profecias são preditas e mal compreendidas e se teme 2012 como o final do mundo, sem muito acreditar, mas ele não acontecerá da forma q esperada e temida, com dilúvios, fogo, terremotos ou furacões porque, de há muito ele já começou e ninguém parou para perceber. O homem destrói seu planeta dia a dia desde o momento que o primeiro aqui pisou, incrementa mais a cada século e a Terra, cansada de tantos abusos dá uma virada em cada ciclo como para se consertar e neste movimento nos impinge certos de seus fenômenos naturais devastadores, indiferente a quem vai matar ou terminar, e o homem a cada século também se recicla, indo mais além do que conhece, mais além do que manda a prudência e para ele aproxima o fim, o fim de todos os seus valores que irá culminar então com o seu próprio final para um novo ser surgir, um ser do começo e não do fim da humanidade.

Por Jorge Curvello

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não desmereça a Internet com palavras chulas.
Obrigado