sábado, 12 de novembro de 2011

O QUE A IDADE NOS TRAZ.

                                        




               
                A idade severa e nunca parando nos leva a diferentes caminhos da vida, ditos de mais experiência mudando antigos conceitos e exigindo muito dos que nos cercam, especialmente carinho e amor. ao sei se é assim para todos, mas é assim que vejo e me sinto.
        Antes tão seguro de mim e completado, tão desnecessário de sentir alguém me amando, me querendo, a mim procurando, tudo muda nesta carreira de anos que nunca para, sucede e aproxima um final desconhecido, mas final. E aqui vamos nós, os velhos, os idosos, os chatos, os não entendidos porque o que nós somos ou nos tornamos pensamos e fazemos, vai além da compreensão dos mais novos. Idosos, fingido de sermos aceitos, mas desagradáveis quando incomodamos, damos trabalho, fazemos sofrer e tomamos tempo na liberdade dos mais novos, pretendida, com nosso corpos e presença. Ah vida incompreensível, Ah vida cruel e decepcionante se paramos para medir.
        Minha mãe enquanto existiu me deixou a lição de ser sozinho, ser suficiente, cuidar de mim e nada pedir ou precisar, mas a vida me ensina ao contrário e me vejo, pelo menos com meu coração, sentindo faltas, necessidades, desejos de mais compreensão, carinho e amor. Ah velhice que ensina, que machuca se paramos para medir, que nada é do que um dia, quando novos, pensamos seria.
        O que sei e o que tenho observado é que a velhice descarrega dificuldades de qualquer forma para a sociedade dos mais novos, incomoda mesmo que sejamos  auto -suficientes ou necessitados, isso porque por nós temem os que nos amam.
        Quando novo eu sorria quando usavam de me dizer que eu apresentava em juízo e físico de ser dez anos mais novo do que era na identidade, e isso é uma verdade porque aos setenta me sinto garoto de vinte, tenho os mesmos anseios embora compreenda no espelho que envelheci e me comporte quando preciso, mas me solto quando não. Eu gosto ainda aos meus setenta anos de idade e com saúde, graças a Deus,  de música, dançar, trabalhar, conversar e interagir com jovens, sou malandro onde tenho que aparentar ser malandro, perigoso se assim a situação exige, brincalhão sempre, gosto de beber, fumar, sair à rua vestido como adolescente sem me tornar ridículo, ser eu, o velho novo, o novo velho, duas versões em um só. desprezo amizades de nostalgias, amo amizades de novos pensamentos sem ser  depravada, amo os jovens porque ainda sou um deles e serei até morrer, eu penso.
        Dentro de minhas possibilidades, convenço, pratico, cumpro, represento, deixo o mundo ir e vou com ele sem envelhecer meu espírito que não precisa disso e sem me sentir errado porque sou como o sol, eu renasço a cada dia mesmo que nuvens de chuva tentem me ocultar.  Sou velho e com prazer.

Por Jorge Curvello.

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