sexta-feira, 12 de abril de 2013

Hoje dia 12 de abril do ano 2013 e eu completo setenta e dois anos de vida, vida que eu vivi igual à de todos ou diferente se a julgar por minha pessoa, irreverente, desafiadora, prepotente, incrédula em maus agouros, superstições tolas, malefícios, achando tudo parte da existência porque se pelo que passei, passo ou passarei já estava escrito e o negócio é jogo de cintura.
São setenta e dois anos bem vividos, desde minha infância livre e de pé no chão, provando terra, ar e água sem medo porque tudo tinha que ser desafiado e experimentado. São setenta e dois anos onde, ao longo desse tempo, fui amigo, inimigo, debochado, sóbrio, iludido e iludindo, escutando mentiras e mentindo, batendo e apanhando, anos onde passei por poucas e boas sorrindo ou chorando, onde conquistei e fui conquistado, onde sofrimento e dor tinham sabor de vitória pelo mal e bem vencidos, onde tudo e todos foram somente parte dessa vida louca que nos ensina a assim ser em suas diversas nuances, falsidade e verdade, sabores e venenos, vida, somente vida e nada mais.
Andei trilhando caminhos que me diziam sem voltas, mas fui e voltei para provar que nada os demais sabiam da vida além do que eu sei, fui tachado disso e daquilo e caguei e andei para as opiniões inválidas diante de uma vida que Deus me deu para ser somente minha. Conquistei corações e dei o meu a conquistas, fui sádico, masoquista, mentiroso, verdadeiro, belo sendo sem modéstia e feio sem me importar, viril e brochado, diferente quando igual, fui, sou e continuo sendo e serei gente enquanto vivo estiver porque, na ciranda da vida, somos todos feitos de carne, osso, sangue, defeitos e virtudes.
Fiz amigos, perdi amigos e amizades, guardei alguns e outros só fingiram assim ser e se foram, sou pobre por fora e rico por dentro, tenho tudo sem nada ter, existo.
Em anos de fúria passei incólume nas recessões e revoltas populares, nunca envolvido porque era dos que gostam de pegar sobras, vi gente nascer, morrer, invalidar, mas nunca me senti ameaçado por mal algum porque todos os que vieram e virão, fazem parte do meu destino e disso eu já sei.
Hoje eu amargo muitas dificuldades das quais sorrio aqui no meu pedaço e as quais eu somo somente experiência e orgulho de saber enfrentar e contornar, porque sou dos que acredita em anéis se indo, mas dedos ficando. Dos velhos tempos de trabalho guardo a lembrança do que valeu, no bom e no mal, guardo no coração amizades sinceras que fiz e me retribuem, lembranças dos que já se foram, mas assim o foram para mim enquanto neste plano e acho na minha vã ignorância do certo ou errado que sempre fui, sou e serei, que  e serei sempre feliz enquanto viver.
Não posso fazer festa além de me sentir por dentro em festa, não posso receber com bolos e bebidas, mas valem os votos que recebo por telefone ou no Facebook e este é meu maior presente, minha grande festa.
Que me perdoem pelo que fui e sou meus inimigos, e que me amem pelo que fui, sou e serei, meus amigos. E que todos, dos dois lados, me queiram sem inveja porque não sou mais do que uma cópias de todos, e que sou feliz
Hoje aos setenta e dois anos de idade bem vividas, tenho uma companheira, tenho meus bichos e todos os que existem no mundo, meus filhos, meus netos e parentes, tenho o verde dos vegetais com quem converso, tenho meu pedaço de terra mesmo que no lar envelhecido, tenho Deus no coração, e tenho meu tesouro vivo, que são TODOS VOCES.

Jorge Machado Curvello.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não desmereça a Internet com palavras chulas.
Obrigado