quinta-feira, 12 de abril de 2012

MEU ANIVERSÁRIO



Hoje é dia do meu aniversário... Parabéns...parabéns... Mas que coisinha chata, demodê, e que vem se repetindo ao longo de várias gerações, uma coisa teimosa, que o mundo todo em todos os idiomas repete, mas me enerva porque é apenas clichê.
Vamos pensar comigo, este ser estranho que sou e por me sentir e talvez ser diferente, enerva, culpa de quem não me conhece ou dá valor.  Desde o primeiro ano de vida fazemos aniversário e na infância agrada este clichê... Parabéns pra você... bla bla bla... Isso porque estamos atentos aos doces, bolo,e aos presentes. Na adolescência alguns curtem os amigos de fé, depois de adultos, fica a repetição e na velhice, o aceite.
Mas o que são anos de vida senão experiência e descobrimentos? Aos mais atentos registra-se as adversidades, sofrimentos, venturas e outras coisas do mundo racional e quando atingimos acima dos setenta começamos a deixar de lado tudo àquilo que antes nos empolgou. O sexo cai, a resistência também, a vontade de estar no convívio dos vivos só existe em alguns, e penso que o final é o despego, o aceite ao que vamos fazer depois que o coração parar de bater e o cérebro apagar, uma nova existência que nem sei qual é ou como será.
Aos meus setenta e um anos de idade não sei se acontece com todos, mas já não dou mais valor a muita coisa e o que quero é acordar me sentindo de bem com a vida, com saúde, levantar e começar um dia novo de trabalho braçal como exercício, mental como cura, prazeres novos que são indescritíveis, enfim a velhice que é divina para quem a aceita e não se revolta, mesmo vendo o corpo definhar e enfeiar, isso porque a matéria já não é o principal, o cartão de visita, mas sim agora o é, a mente;
Setenta e um anos de vida, esperando atingir aos 105 porque desta vida que Deus me  deu aempre amei o barato, o gratis, o que nunca cobrou para ser meu, inclusive, vocês que gostam de mim.

 Eu, o aniversariando

Jorge Curvello
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