sábado, 5 de maio de 2012

QUISERA SABER...

 


Eu quisera saber:
Que destino levou alguns de meus colegas de trabalho nos tempos de comissário de bordo na Varig e da Cruzeiro do Sul, alguns que lembro ainda o nome de guerra, outros que esqueci, mas todos que foram em minha vida, pessoas que valeram, deixaram lembranças especiais como disserto abaixo:
Joyce, morena de boca linda, alegre e sensual, séria no que se diz a sacanagens, mas que divertia a cada vôo quer no avião ou depois  nos pernoites. Lembro-me dela em especial em uma tarde em Londres, nós dois soltos na rua como beatnicks, vestidos a caráter, entrando e saindo em bares, lojas e terminando em uma boate, sentados no chão ouvido o som do barulho; Lembro de uma Elizabeth, (havia várias na Varig), lourinha de cabelos de milho, sorriso aberto e olhar repuxado como oriental, que nas pirâmides do México sentia medo de ver fantasma de Asteca. Lembro de Diegues e sua covardia sábia diante dos chefes de bordo e do Sérgio Prates, da Anele, muambeira capaz de tanto cinismo que nunca perdia uma remesse, da |Conceição, uma maluca de pedra que vivia no avião tendo crises emocionais, da outra doida que esqueço o nome que vivia guardando panelas de bordo nos bins do avião e não nos armários, e que um dia em um acesso em sua casa, foi nua para o portão da rua saudar os passantes,  do Jô Silva com sua bunda postiça de silicone e maneiras divertidas fazendo todos sempre rir de suas brincadeiras, da Solange, Roncio ou Silva ou Souza, sei lá, uma morena já não garotinha de cabelos compridos  sorriso enorme e ar de hippie que adorava furdúncio e botequim pé sujo, e que nos pernoites sempre era uma companhia para algum agito, Ah que saudades dos vôos co Bubú, meu chefe de equipe e amigo preferido que sempre depois do vôo me chamava em seu quarto o para uns tragos e muita fofoca.  Do DeRossi, amigo que foi como irão até se meter com outros que invejavam a nossa amizade de mãe e filha ( brincadeirinha dos colegas) e acabaram por romper, e da Vera Demarchi nos tempos do Electra II em rotas domésticas que além de linda era sempre uma gozação em cima dos demais bobocas.  Saudades do Franklin, ou Frankilina, gay assumido já coroa que era louco por espelhos, um narcisista nato, e de tantos gays com quem voei, como Pádua, que deus o tenha,, idem Marquinho e outros que deus já levou para o céu cor de rosa que almejaram sempre Ah como quisera saber dos ainda possivelmente vivos como a machorra  grega que nem me atrevo a citar o nome, muambeira de primeira  dos tempos do B-707, daquela garota que esqueço o nome, acho que era Claudia Baldanza, que usava cílios postiços enormes quando queria gozar com a cara de passageiros, da Marta Maria que era uma encrenca com todos a bordo, mas nunca comigo porque éramos irmãos, da Banza e do seu marido Fernandão,  da Tânia Milan baixotinha com aquele sorriso de Grace Kelly, do Erasmo. Foram bons  momentos vividos em Nova York, Zurique e Roma com muitas dessas figuras que tanto estavam a n bordo para servir e divertir e depois no pernoite para aproveitar das mordomias e vida noturna. E não posso esquecer da Solange comigo furando uma festa dos comissários da New Zeland Airways no h lobby do hotel de Frankfurt, ela depois subindo como odalisca para dançar com as guris do vôo daquela empresa, eu e ela, dois penetras adoráveis que mamaram de tudo de graça e comeram iguarias roubadas de bordo do avião em que lá chegaram (feira). Saudade de Masteline morena linda de corpo escultural e sorriso debochado, da zoiuda que morreu esfaqueada, Giraldes, da Crugger que morreu asfixiada por gás tão moça ainda, das moças da Cruzeiro do Sul (e algumas aéreo velhas também) quando voei naquela empresa, gente como Therezinha cauda baixa, Marlene caixa d´água, Maria cara de cavalo, a bela e nojenta Guaraciaba, das Mariberl, da linda e cruel instrutora esterlina, da feiosa, mas excelente aeromoça Lurdinha a gorda, do Milton, comissário gentlemam, da falecida Nilza, morena bonitona e sempre arrumada que um dia sonhou voar na Varig e se não morresse no acidente de São Luiz, teria realizado seu sonho, Ada amante do dono da empresa, a Carmem, que vivia enfiando dedo no rabo dos seus auxiliares, do comandante Ribeiro, grosso e casmurro para com todos, menos comigo, do comissário gay trindade megalomaníaco, do Serguey, da Edna, da Sonja, estes da Panair, da Margarida, linda quando maquiada, uma bruxa quando acordava,
        Que a minha memória alcançasse perfeita e não teria espaço para contar aqui das estripulias, graças, sacanagens e diversões por que passei com tantos colegas saudosos, de um tempo saudoso que durou quase trinta anos antes de virar rotina.  Hoje aqui s no ocaso da vida me lembro daqueles tempos e garanto que dá vontade de chorar de saudade porque, não houve ou haverá na aviação comercial uma época como a nossa. O glamour de pertencer ao espaço, estar no ar, ser invejado e condecorado, nos sentir donos do mundo.
E garanta você que lê e também voou, que não se sente assim?

Por Jorge Curvello

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não desmereça a Internet com palavras chulas.
Obrigado